Incompletude (2020) 7min realização: Eduardo Rocha elenco: Gabriela Carvalho
Incompletude
O cinema documental pode ser considerado a primeira obra cinematográfica, pois o cinema nasce a partir do registro do cotidiano humano. A primeira película exibida em 1895 (La Sortie de l'usine Lumière à Lyon), de caráter totalmente documental, apresentou ao mundo o chamado Cinematógrafo e comoveu os espectadores como se fosse um conto dramático ficcional. Com isso, a existência de um cinema híbrido entre o filme documental e o filme ficcional encontra-se presente desde a sua criação.
O mesmo pode dizer-se dos diversos processos de montagem que, quando unificados, deixam de ser apenas um meio de organização do material fílmico e se expandem para novas formas de exibição. A interação com o espaço expositivo e a desconstrução da montagem, faz com que o cinema expandido dissolva o próprio cinema como uma entidade separada. Essa ruptura cria uma nova forma de organização imagética onde a utilização de planos simbólicos e/ou metafóricos substitui a planificação orgânica e contínua da escola clássica americana.
A proposta é ampliar esse processo de hibridez colocando em equilíbrio as diversas estéticas de montagem e o pensamento individual da música como elemento dramático. Pois, a música ruidosa ou harmónica, quando montada à imagem naturalista ou metafórica fílmica, libera novas contradições, deixando de ser somente uma forma de potencializar a imagem apresentada. Isso ampliará a capacidade de exposição e entendimento da obra dentro da diversidade em que se encontra o espectador contemporâneo.