Paisagindo # 4 (impulso utópico para a construção de um comum)
Paisagindo # 4 (impulso utópico para a construção de um comum) é uma peça que surge na sequência de um período de permanência no Chile. O início da explosão dos protestos sociais a 18 de Outubro de 2019, e os protestos que se seguiram. haviam alterado o quotidiano deste país de uma forma inesperada e marcante, ainda que fosse mais visível nas zonas urbanas e menos nas rurais.
Entre as várias 'derivas' que me interessavam realizar uma delas seguiria uma linha, uma vereda, no mapa das ligações entre as preocupações conceptuais e a experiência física do território: averiguar se os mapuches chilenos ainda punham em prática no seuquotidiano a sua cosmovisão – em que a natureza e o ser humano são vistos como pertencentes a uma totalidade. Por esta razão (entre outras) dirigi-me para Sul.
Propõe-se: ‘compostar’ pensamentos e acções de vários sujeitos para proporcionar a germinação de um outro ‘comum’ entre o ser humano e o que o rodeia que aponte para uma forma de entender o co-habitar assente na rejeição da ideia que o ser humano é exterior à natureza, de que o que não é humano é matéria inerte, pronta para ser transformada em recurso passível de ser explorado.
A compostagem, utilizada na agricultura e na jardinagem, implica: a transformação de uma coisa noutra, a criação de uma matéria com matéria acumulada em vários estratos, a regeneração da matéria com base num processo de decomposição, a produção de calor durante o processo de decomposição.
"Paisagindo # 4 (utopian impulse for the construction of a common) emerges as result of a 'fieldwork' in Chile between December 2019 and January 2020. The beginning of the explosion of social protests on 18 October 2019 and the protests that followed had changed the daily life of this country in an unexpected and striking way, although it was more visible in urban areas and less in rural areas.
Among the various 'drifts' that interested me, one of them would follow a line, a path, in the map of the connections between conceptual concerns and the physical experience of the territory: to find out if the Chilean Mapuche still preserve today their cosmovision in their daily lives - in that nature and the human being are seen as belonging to a totality. For this reason (among others) I headed South.
The invitation: to ‘compost’ thoughts and actions of various subjects providing the germination of another 'common' between humans and other beings ('the 'natural' world); to point out a way of understanding co-habitation based on the rejection of the idea that human beings are external to nature, that what is not human is inert matter, ready to be transformed into a resource that can be exploited.
Composting, used in agriculture and gardening, implies: the transformation of one thing into another, the creation of a matter with matter accumulated in several strata, the regeneration of matter based on a decomposition process, the production of heat during the process of decomposition."